quarta-feira, 15 de setembro de 2010

fim.

tinha de tomar uma decisão. sei que não a tomarias, e como não consigo respirar mais sem saber como estou, qual é o meu lugar, tomei o caminho mais óbvio e decidi avançar. chorei. li todas as mensagens que tinha tuas, nem todas boas. mas tuas. olhei os presentes que um dia fizeste com gosto e mos entregaste cheios de amor. agora não passam de memórias dos melhores tempos da minha vida. chorei agarrada à fotografia que mais tarde foi num envelope até a tua casa. 
decidi escrever-te algumas coisas que resumem muito concisa tudo o amor foi para mim. tudo o que significou a nossa história. em pequenos cartões vermelhos escrevi-te "talvez um dia..." e tudo o que fiz e senti por ti outrora. escrevi numa folha branca que esperava que alguém um dia te fizesse feliz como eu não consegui. ficou também implícito que não queria estar mais contigo. talvez um dia nos encontremos e talvez beberemos um café" ou algo do género. esperavas que fosse no dia seguinte? interpretação meu caro, precisas aprender isso. e eu preciso de escrever melhor, eu sei. todos os papeis foram para um envelope, juntamente com a fotografia da minha mesa de cabeceira. 
não te queria entregar. afinal acho que não mereces essa importância. mas eu preciso de mudar de página. ler outro livro. fui até à praia. sentei-me numa duna. o mar parecia um lago, não mexia, não havia uma onda. não ias gostar, mas eu adorei. as gaivotas voavam com delicadeza rente à água, quase tinham o prazer de lhe tocar. um rasto laranja estava no meio do mar, reflectindo o mais bonito sol que alguma vez vi. o momento estava perfeito. mas continuava a faltar-me algo. observei os pássaros voar de um lado para outro, neste fim de tarde tão importante e tão bonito. enviar-te a carta. não te enviar a carta. esse pensamento atormentou-me todo o caminho, toda a estadia na praia. já a escurecer voltei e conduzi até tua casa. o meu coração batia incessantemente e compulsivamente. este passo era o fim. 
talvez por cobardia não te queria ver. fui muito atenta até à porta de tua casa, enfiei o envelope na caixa. voltei-me e corri com todas as forças para o carro. o caminho a casa foi feito a chorar.
o fim. percebes agora? ou preciso ser ainda mais explícita?
vou tentar: eu preciso de viver. contigo já não dá. evoluí, e tu ficaste no fundo. não no fundo do meu pensamento e muito menos do meu coração, mas acredito e vou lembrar-me todos os dias de que um dia também aí estarás no fundo. 
e só mais uma coisa: as verdades não são ataques. não te lanço bombas, é apenas a verdade. aqui a pessoa agressiva não sou eu, lembraste? não gosto de lutas.
paz.

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