quinta-feira, 28 de outubro de 2010

dias


dias bons. dias maus. dias assim assim. ontem foi um dia bom. com força e garra para continuar. esgotei as forças e hoje fiquei internada nas minhas próprias memórias, sem energia para combater a falta de vontade que tenho de sair da cama. os meus olhos permanecem fechados. tenho tonturas, com aquele sono de inverno e tristeza anual, que me invadiram como uma injecção de uma droga qualquer. hoje é um dia mau. um dia não. engraçado classificarmos os dias assim, aos nossos olhos, uma vez que para tantas outras pessoas deste mundo serão dias-qualquer-coisa-diferente. no meu pequeno mundo é um dia triste, feio. continuo sem arranjar forças. parece que o meu corpo tirou férias e apenas consigo pensar em tudo o que não devo. em tudo o que prometi que não fazia mais parte da minha vida. hoje falhei a promessa. a curiosidade foi mais forte do que eu, sempre disse que não sou o que as pessoas acham, eu sou muito boa actriz no meu palco. a minha carapaça amoleceu e lá fui alimentar a minha idiota curiosidade. não fiquei feliz. não estou feliz. porque é que fiz então? não sei. agora está feito, mas vou tentar não o fazer mais. não quero abdicar nem mais um segundo da minha vida nada semelhante a tantas outras, invejosa das coisas fáceis dos outros, com aqueles (ou aquele?) que não merecem. 
a luta e os jogos fizeram-me crescer a carapaça que carrego todos os dias e só eu e ele a vemos. amanhã será um dia sim, eu vou sorrir para o sol, e brilhar mais do que uma estrela.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

acreditar


como é possível ser feliz? não sei. já tive tudo. já perdi quase tudo. hoje tenho a consciência do que aconteceu e que tudo o que tenho não é sorte. é fruto da pessoa que sou, do que eles são. não agradeço à sorte, agradeço às pessoas que me fizeram crescer, que me fizeram perceber o quanto a vida vale, muito mais do que um simples amor. agora amo tantas pessoas, ando de peito cheio. dou comigo a sorrir no meio da rua sozinha, a relembrar certos momentos que passei. hoje estou feliz. posso ser ainda muito mais, mas nem quero pensar nisso! porque estou bem assim. porque quando olho pela janela posso ver o reflexo ténue de uma pessoa que já chorou, já pensou que tudo era um fim. mas as voltas de 180 graus acontecem. eu sou prova disso. não é fácil, passamos muito tempo a divagar na insegurança, no desconhecido. sentimos que somos fantasmas, vazios na nossa vida. mas tudo de recupera. começa por acreditar mais em ti, para depois poderes acreditar em mim.

domingo, 24 de outubro de 2010

estrela cadente

Uma estrela cadente. a última que vi foi com ele. num fim de tarde de inverno, num passeio pela praia. nos tempos que ainda se interessava por prolongar a nossa amizade. foi um momento muito especial. fiquei muito feliz por ele estar lá comigo, naquela praia que nos deixa respirar a brisa do mar. hoje acho que foi um momento em vão. nem sei se bom de recordar. porque na altura ele ainda queria ser mais do que um melhor amigo, que nos conhece tão bem por dentro que não precisa de um raio x. mas hoje isso já não acontece. hoje ele já não quer ser mais do que um amigo, nem um amigo se interessa por ser. hoje já precisa de um raio x e muito mais, porque já não sabe quem sou. porque antes a predisposição dele para estar comigo apenas sendo meu amigo era muito maior. e quando deixou de querer ser mais do que meu amigo, deitou um amor na reciclagem e a amizade enterrou-a. isso custa perceber. custa muito mais viver. custa ainda mais só de pensar no uso que nos dão. como somos tão descartáveis. nunca pensei que a probabilidade de a nossa amizade não continuar fosse superior a zero, mas já percebi que sim. ironias da vida. porque desculpas como se ter muitos amigos são as piores e mais ridiculamente utilizadas. porque não dizer a verdade? seria bem mais simples. eu tenho tantos amigos, e arranjo tempo para cada um deles. 
a verdade é que com ele já não é assim. desconheço razão ou desculpa, e tenho muita pena. pena de não saber. não de não ter a amizade dele, isso é a sua escolha. mas gostava de perceber o erro ou motivo que levou a esta separação. para poder aprender e não o fazer com quem não merece. 
sei que não irão haver mais passeios pela praia no fim do dia. mas tenho saudades. talvez se substitua por outra pessoa, e veja a minha ultima estrela cadente novamente.
gostava tanto de obter uma resposta: O que nos aconteceu?

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

pensamentos



já não consigo pensar. em ti, no que faço. atormentas-me as noites e apenas me deixas ficar a sentir o frio da madrugada enquanto olho as luzes lá no fundo. eu preciso funcionar, não posso ser mais aquela peça do puzzle que sabes onde falta para preencher a tua vida quando há um buraco vazio. eu preciso dormir. não posso sonhar mais contigo, e comigo contigo, e comigo sem ti. já não penso nem metade em ti como antes, mas nos sonhos estás lá a dobrar. odeio estas contas matemáticas, a vida para mim não são equações, são a oportunidade de saborear momentos. mas nos pesadelos estás lá. e eu não quero isso. por isso ponho as minhas ideias a arejar neste frio que evidencia a chegada do meu amigo inverno. talvez o frio apague o meu coração.eu espero que sim. e leve também os pensamentos que tenho de ti. 

sábado, 16 de outubro de 2010

obrigada. a maneira que te tenho sentido como "amigo" fez despertar em mim a vontade de não te amar. hoje já não te amo. graças a ti. ao que és para mim, não para os outros. mais uma vez, obrigada por me libertares deste sofrimento que foi sentir que já não tens vontade de conviver sequer comigo.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

tantas coisas



ainda não encontrei a força interior para ingressar na viagem da felicidade. ainda não gosto de mim o suficiente. alguns parece que ficam felizes com isso, talvez seja a sua maneira de ser. deixei de saber gostar de mim por gostar tanto de outra pessoa. tudo acaba num ápice, não darei importância a certas coisas, porque no fim o que interessa é seguir a minha vida, sempre apenas com a minha vida. felicidade relativa com pensamentos que transcendem as palavras e me impedem de descrever. hoje já não sou um nada. mas também não sou um tudo.
um dia perguntaram-me: qual o sentido da vida?
aprender. escolhas. procura da felicidade que nos satisfaz. pelo menos penso que é o que devemos fazer. pelo menos é melhor que fazer absolutamente nada, não? as circunstancias podem não ser fáceis, nunca são. mas se nos rendermos, estamos a destruir a esperança, e a abraçar a apatia, a falta de garra que precisamos para combater a morte. 
eu não quero respirar a monotonia, o preto e branco da vida, por isso ergo a minha cabeça, aceito os acontecimentos e continuo a minha história.
um dia talvez poderei dizer que a minha história já não é apenas minha, mas em conjunto com outra pessoa. quando um dia me amar e permitir que outros o façam. 
enquanto pensas que a vida não faz sentido, agarra-te aos que ainda tens, aproveita toda a energia que te corre no sangue e salta para uma vida mais feliz. porque se achas que não faz sentido enganas-te. eu posso estar errada em tantas coisas.
mas acredita em mim só desta vez.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

ridículo.

não queiras ser quem não és. quem não consegues. já foste diferente de todas as outras pessoas, mas cada vez te rendes mais às pressões e te tornas mais um gémeozinho da sociedade. bem vindo.
agressões e lutas? à muito que me reformei de tais coisas, a minha paciência já tem outro destino. agora entre eu e tu só há uma coisa: paz. agora eu e tu só temos uma coisa em comum: gostamos de quem não gosta de nós.
a diferença entre eu e tu: tantas... eu agora sou estável. tu não. eu posso ter um feitio de se deitar fora, mas sou eu. eu não falo com rodeios, o que tenho a dizer é para ser dito. já tu brincaste comigo como se os meus sentimentos fossem uma bola de ping pong, ora me afastas ora as tuas conversas parecem esperançosas. talvez o teu mau português me tenha enganado, talvez o meu mau português não te tenha compreendido.
agora que tudo assentou eu vou erguer-me, bem mais alto do que tu. desculpa dizer isto. podes vir rapidamente a ser muito mais feliz do que eu em determinados aspectos, mas apenas por algum tempo. a minha vez também chegará. noutros tu ficarás bem para trás, num passado muito longínquo e estes tempos, ao contrário de ti,  serão memórias a não recordar. porque apenas os bons momentos são de louvar para mim. os maus são para aprender e deitar fora. sabes que a minha memória não é muito boa, por isso tenho de ser bastante selectiva. quanto à tua, tem dias, mas acho que os maus momentos para ti, ou feridas ou o que quiseres chamar, sobressairão sempre porque simplesmente não tens a capacidade de ultrapassar e preencher essas lacunas com os bons momentos que passámos.
ficamos assim então.



O amor deles poderia ser o nosso, com todas as contrapartidas. passei dois meses a desejar isso. hoje quando penso nisso, além de sentir uma vergonha indesejável e uma frustração de proporções inexplicáveis, só encontro uma palavra para descrever tal pensamento: ridículo.


domingo, 10 de outubro de 2010

realmente estou no caminho da aprendizagem. ontem estava num café e alguém me disse: tu tens um grande defeito, dás demasiado de ti aos que conheces, e quando esperas um bocadinho deles a maioria das vezes isso não acontece. o que acontece? a sensação é pior que cair de um abismo.
eu e tu. com tanto que vivemos e passámos e tu sem consideração. acho que agarraste numa borracha e apagaste todos os bons momentos juntos. deixaste só os maus, e daí tratas-me com essa consideração. não te obrigo a veres-me, mas dizeres que queres combinar um café, e depois ali estou eu, num café a estudar e tu apareces com os teus amigos e dizes: pois tínhamos combinado um café para hoje, eu fico aqui um bocadinho. 
a SÉRIO? o que esperavas? palavras sorridentes a virem de mim? desculpa mas mal podia olhar para ti, só me apetecia que desaparecesses... o que me ias dizer numa mensagem logo à noite? desculpas desculpas desculpas, outra vez?
não me apetece mais, podes deitar fora a tua lista de desculpas-feitas-para-a-sofia. podes deitar as tuas memórias e os retratos de mim fora. todas as cartas, todos os momentos. tudo fora. fica feliz. eu prefiro que sejas feliz a fazeres essas merdas.
tentei dar-te tudo de mim para ganhar a tua presença na minha vida outra vez. um dos meus grandes defeitos. e o que é que tu fazes? pois...

sábado, 9 de outubro de 2010

caminhos cruzados?



o sei se estou preparada para enfrentar a nuvem que me espera já depois da última curva. mas não posso fugir. perdi-me na estrada, devia ter virado na saída que dizia "felicidade suficiente" mas não. eu queria mais. realmente apercebo-me de que não sou muito dotada de inteligência, foram a ambiguidade e desconcentração que me visitaram nestes piores momentos. e a ambiguidade já me deu problemas. o mundo todo já sabe o meu segredo. ainda procuro a saída "plena felicidade" mas é tarde de mais. esta estrada já só tem mais uma saída, e já não posso voltar atrás. 

não tenho sido amiga. 
não tenho sido filha. 
não tenho sido apoio. 
não tenho sido estudante. 
não tenho sido gente. não tenho sido eu. 

grandes expectativas para uma pessoa como eu. eu tento mas ainda não encontrei a forma certa, a conta, o que for. vou tentar ser melhor, ser a pessoa que sei que sou, mas que não tenho sido. um pedido de desculpas para aqueles que me ajudaram mas que em certos momentos a raiva de outras coisas se revelou e injustamente falei sem pensar. para outras, um convite: a vida é em frente não é no passado, mas se lá quiserem permanecer então que sejam felizes. o meu passado tem demasiados erros para continuar a vivê-lo, e a adrenalina do futuro incógnito parece-me mais interessante. com esta escolha eu continuarei para a frente e vocês para trás, e a separação será inevitável. não estou preparada, mas é sempre assim, certo? para o teu caminho, boa sorte ;)

domingo, 3 de outubro de 2010

que me dizes ?

Acordo todas as manhãs com este zumbido e a certeza que não vais voltar. Cansada de me convencer que, apesar e acima do teu individualismo estava a tal inevitabilidade a que nos submetemos e chamamos amor, pensei que, com todo o amor que sentia por ti te iria suavizar e de alguma forma fazer parte do teu equilíbrio, tornando-me subtilmente indispensável.


                                                                                                                              Margarida Rebelo Pinto



Acordo todas as manhãs com esse pensamento.essa ideia que me arrefece o corpo e me desconforta, como se o vento cortante de Inverno entrasse pelo meu quarto. quando abro os olhos sei que não estás lá. sei que já não vais mais estar. conformo-me com a ideia de que o meu amor não chegou, não consigo dar-te o equilíbrio suficiente para me tornar indispensável na tua vida. hoje já consigo ser mais feliz com a ideia de que tudo não passará de uma linha com um nó a meio, onde não é possível avançar e ultrapassar esse nó do passado. vou ser feliz agora, com a estabilidade e com o sorriso da nossa amizade. continuaremos ligados pelo presente, passearemos juntos pelo futuro, de mãos dadas com a amizade. conheces-me melhor que ninguém. mas não conheces tudo.


amanhã dar-te-ei o meu sorriso. vamos ser felizes, que me dizes?